segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Com todo amor que houver nesta vida

E mais um pouco que houver do outro lado...
Hoje não há escapismo e não há subjetivismo que engane esta dor.
Há pessoas que não precisam estar conosco em carne e osso, são em si e por si tão encantadoramente fortes que não há barreiras, limites ou distâncias que impeçam um sentimento de ser transportado, e assim, arte melhor não há do que a música para fazê-lo; a música é o alimento do amor.
Dentro destas ondas sonoras artísticas são carregados os mais puros sentimentos, desejos, anseios... a música é e sempre será válvula de escape; a música é a utopia personificada. E aqueles que têm o dom de fazê-la, ah os músicos! são mágicos, mitos, quiçá seres oníricos... em suas super habilidades divinas fazem-nos seres completos, diria eu seres mais subjetivamente humanos...
A música é o poder, os músicos o domínio. O domínio sobre o mundo e todas as coisas.
Muitos são os ritmos, demasiados são os maestros... mas entre tantos alguns marcam-nos profundamente, deixam em nossos âmagos algo que costumamos classificar como coisa do outro mundo, pois a música é travessia! Para outros lados, para outros mundos, dizia, alguns têm este poder fantasmagórico de transformar-nos, criar-nos, esculpir-nos, moldar-nos seres mais vivos, menos rascunhos, mais reais, menos cinzas...

"Estou hoje vencido como se soubesse a verdade
Estou hoje lúcido como se estivesse para morrer..."

Hoje arrancaram-me o sorriso e então arranco como ar de assassina as palavras do Pessoa, Fernando que define em mim esta dor que agora se apossa tão plenamente... em cada uma de minhas palavras há o peso imensurável de uma tristeza e de um luto amargo, que então preenche cada vazio com lágrimas dolorosamente choradas...
Ainda que tudo o que Dele me cativou fosse metafísico, ainda que tudo Dele fosse mais que a carne simples, sinto a imensa dor de uma despedida mal feita, pois nesta minha/nossa condição humana, demasiadamente humana, sentimos a necessidade de manter vivo, aqui, perto.
Nada se destrói, nada some e desaparece, porque então destruiria-se minha mágica impulsionadora?
Mais do que nunca, Ele, está em minha alma vivo, embora tudo o que em mim seja mortal se desfaleça a cada lágrima intensamente sofrida, embora parte daquilo o que sou se entregue a solidão.
Pink Floyd nunca foi simplesmente um nome para mim, há tempos resolvi transformar-me nisso, há tempos resolvi entregar-me completamente, e então confesso que hoje - ainda para contribuir aqui em Minas chove - parte de mim se desfalece, como um enorme "grito" no céu, como um eco que insiste em morrer.

Para Rick Wright, and after all he was not only ordinary man.

9 comentários:

Scarlet εïз Tata disse...

pois é.. eu tb to arrasada. já chorei, asisti vídeos, ouvi as músicas, mas feliz por ele ter existido. ei, o blog de vcs é show de bola, mto mto bom! adorei =]

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

talvez o mais característico no som do Floyd, sejam aquelas introduções em que a lentidão em q as vozes dos sintetizadores pilotados por Sir Richard Wright se separam,nos abriga a esperar, a aquietarnos,o corpo e alma, raramente sintonizados numa mesma frequencia....
é isso q esse kra fazia !
é isso q é arte,todas as barreiras transponíveis,a metafísica na físiva invisível,audível,perceptível, e agora eis-nos órfãos.

Cessou uma fonte de criação de travessias .

Só a dor é positiva minhas caras

Anônimo disse...

Pô, só de pensar que um cara que nem me conhece, que eu mal o conheço, e que realmente, é mais importante que muuuitas pessoas que convivo no dia-a-dia, fico mais triste.
A ficha só foi cair agora mesmo :/

Jessy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jessy disse...

Pois sim, concordo absolutamente com o Gilsão: agora, 'ei-nos órfãos!'
Toda a magia, todo o encanto e sensibilidade do Rick não podem ser esquecidos; e não serão no que depender de mim, com meus ouvidos tão atentos à magnífica arte, que é pura elevação na música, nas muitas almas alheias que ele tocou e transformou...(e continuará transformando, certamente)

Mas não nos deixemos enganar, bixins! Lamentemo-nos, em tais dores como estas que tanto nos atingem, não pela simples perda de 'mais um humano', nem por se tratar de um astro do rockn'roll. Mais, muito mais que isso, Rick era uma alma ímpar, tinha um talento singular e moldou muitas almas, encantou tantas pessoas com sentidos apurados... deuses! Lamentemo-nos, simsim, mas não deixemos que esses 'ecosderick' insistam em morrer! Façamos nossa parte pra que esses ecos continuem serpenteando cá em nós, graves, brilhantes, e simsim, que continuem ecoando pela eternidade... como o tal eco que já o é, então, Richard Wright!

Scarlet εïз Tata disse...

caraca... depois de ler isso, fiquei ainda mais triste. acho q vc traduziu mto bem essa dor que estamos sentindo. pink floyd não é apenas uma banda... ricky não era um simples tecladista... era a alma e o amor pela música. vai com Deus, querido, amado, respeitado... amo-te eternamente.

Scarlet εïз Tata disse...

atualizei =]
bjos

Lívia Barbosa disse...

wooow! vcs deveriam realmente atualizar este blog pra q os leitores [eu, por exemplo, como nova leitora] possamos ter o prazer de ler tais palavras escritas nessa singela página virtual e possamos abrir a nossa janela pra avistar o horizonte e sermos inspiradas por palavras de bela mensagem. Pink Floyd, como um todo, estará sempre vivo e foda como nunca dentro e fora dos nossos horizontes! =)